LEMBREI DE VOCÊ
Nem sempre suvenires agradam e alguns são até bem inusitados, como comprova pesquisa feita por site de hotéis. Grande parte dos entrevistados consideram as lembrancinhas inúteis
ANDERSON ROCHA
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Jaime Zac e a irmã Bruna não só colecionam objetos de viagem como presenteiam os amigos. Para ele, objetos devem ser pequenos, úteis e típicos |
Lá estava ela, embrulhada em um papel de presente, dentro de uma pequena caixa. Evitando a deselegância, você se concentra para não esboçar reações de reprovação diante do amigo que, vindo da Turquia, lhe trouxe uma bela (e discreta) saboneteira em formato de vaca. “Foi dado com amor”, diria a tia, otimista; “a intenção é que vale”, completaria a mãe, sensata. Uma irmã menos boazinha, no entanto, talvez murmurasse: “onde colocarei isso?” Os suvenires (a origem da palavra é francesa e significa lembrança) podem surpreender o presenteado, seja pela inutilidade ou pelo caráter exótico, desnecessário ou absurdo que carregam. É o que comprova pesquisa feita pelo Hotel.info (www.hotel.info), site gratuito para reservas on-line com mais de 210 mil hotéis do mundo cadastrados, com cerca de dois mil turistas-clientes.
A enquete quis saber quais eram os principais suvenires já recebidos ou presenteados pelos internautas e o resultado foi uma lista no mínimo engraçada (leia quadro). Entre os objetos listados estavam preservativo com imagens da cidade visitada; um calendário maia... na língua maia e, portanto, incompreensível, e até um inseto dissecado.
A menos que você seja um cirurgião, qual a utilidade dará para um cortante e perigoso bisturi? Ou ainda, qual será o constrangimento ao utilizar um abridor de garrafas em formato de pênis? Tudo vai depender, claro, do nível de descontração (e humor) do presenteado. Mas o fato é que 44% dos entrevistados não gostaram de determinadas “lembrancinhas” e as consideraram, na prática, inúteis. Segundo eles, os presentes menos bem sucedidos foram para algum armário da casa. Dentre as pessoas que responderam à pesquisa, 30% confessaram ter repassado o presente ruim. Maldade dupla?
Mas nem só exóticas lembranças carregam as malas dos viajantes. A pesquisa do site hoteleiro mostrou que 38% dos entrevistados admitiu ter recebido suvenirs originais, em algum momento. Na lista agradável, estão incluídos instrumentos musicais, sementes, pedras e especiarias, além de outros, mais inusitados. Quadros e bonecos esculpidos à mão são bem-vindos e até a areia da praia é avaliada positivamente.
ELEFANTINHOS Nas viagens que faz, o estudante de administração Jaime Zac, de 22 anos, sempre traz algum suvenir para a família e alguns amigos. Para ele, porém, o presente não pode ser aleatório e deve seguir a tríade útil-pequeno-típico. “Pequeno, para não ocupar a mala. Sempre gosto de pensar em algo útil, para a minha mãe, por exemplo. E, claro, tem que ser típico: já que é para trazer um presente, não pode ser do freeshop. Como eu iria gostar de receber algo típico, imagino que meus amigos também”, explica Zac, que sempre viaja junto com a irmã, Bruna.
Na última viagem, à Tailândia, o estudante trouxe chaveiros de elefantes de couro, para os amigos. “São pequenos e leves. Comprei uma embalagem com cinco deles”, conta. Perguntado se o pessoal usa, ele explica que as amigas já mostraram que sim. A preocupação surge de uma experiência própria. Segundo Jaime, em alguns momentos ele mesmo já ganhou coisas que encostou. “Meu tio viaja muito e já me trouxe boné, por exemplo. Não é nada diferente, mas é algo que eu nunca usei. Eu deixo no armário. Não jogo fora, não”, afirma.
O professor de educação física Freddy Ruas, de 26 anos, morou por alguns meses na Inglaterra. Na volta, além dos presentes tradicionais, trouxe outros, menos comuns. “Um jornal gratuito todo em inglês para um amigo que estava aprendendo a língua. E o mais legal: uma pedra prateada toda bonita, que encontrei em um parque da cidade”, conta. O presenteado gostou, ele afirma. Então, fica aí a dica. “Às vezes o presente não tem um preço alto, mas tem um valor sentimental ou de curiosidade que vale a pena”, complementa Ruas.
ELEFANTINHOS Nas viagens que faz, o estudante de administração Jaime Zac, de 22 anos, sempre traz algum suvenir para a família e alguns amigos. Para ele, porém, o presente não pode ser aleatório e deve seguir a tríade útil-pequeno-típico. “Pequeno, para não ocupar a mala. Sempre gosto de pensar em algo útil, para a minha mãe, por exemplo. E, claro, tem que ser típico: já que é para trazer um presente, não pode ser do freeshop. Como eu iria gostar de receber algo típico, imagino que meus amigos também”, explica Zac, que sempre viaja junto com a irmã, Bruna.
Na última viagem, à Tailândia, o estudante trouxe chaveiros de elefantes de couro, para os amigos. “São pequenos e leves. Comprei uma embalagem com cinco deles”, conta. Perguntado se o pessoal usa, ele explica que as amigas já mostraram que sim. A preocupação surge de uma experiência própria. Segundo Jaime, em alguns momentos ele mesmo já ganhou coisas que encostou. “Meu tio viaja muito e já me trouxe boné, por exemplo. Não é nada diferente, mas é algo que eu nunca usei. Eu deixo no armário. Não jogo fora, não”, afirma.
O professor de educação física Freddy Ruas, de 26 anos, morou por alguns meses na Inglaterra. Na volta, além dos presentes tradicionais, trouxe outros, menos comuns. “Um jornal gratuito todo em inglês para um amigo que estava aprendendo a língua. E o mais legal: uma pedra prateada toda bonita, que encontrei em um parque da cidade”, conta. O presenteado gostou, ele afirma. Então, fica aí a dica. “Às vezes o presente não tem um preço alto, mas tem um valor sentimental ou de curiosidade que vale a pena”, complementa Ruas.
Os estranhos
- Garrafa de tequila com bicho dentro;
- Nariz de palhaço;
- Preservativos com a imagem da cidade visitada;
- Dente de tubarão de Punta Cana;
- Calendário maia;
- Pistolas antigas para colocar na parede;
- Inseto dissecado e um veado que ronca;
- Cortador de unhas com foto do Príncipe William, da Inglaterra, e sua esposa Kate;
- Bisturi;
- Abridor de garrafas feito de chifre de uma rena.
Os que (provavelmente) vão para o armário
- Avental com o corpo de Vênus de Milo;
- Chinelos de pele de coelho;
- Pavão de brinquedo que emite sons e brilha os olhos vermelhos;
- Isqueiro (para quem não fuma);
- Escova de dentes;
- Pano de prato bordado com a foto do lugar;
- Saboneteira para o banheiro em formato de vaca.
Exóticos, mas bem-recebidos
- Cesta de comida com produtos irlandeses;
- Cachimbo turco;
- Livro de Kamasutra de Londres;
- Ficha de pôquer do Cassino de Las Vegas;
- Abridor de latas em formato de pênis;
- Massageador para cabeça;
- Pedra de um vulcão;
- Camiseta dos recordes do Guiness;
- Boné com placas originais da Segunda Guerra Mundial
Fonte: Hoteis.com
Matéria publicada originalmente na página 3 da edição impressa do jornal Estado de Minas do dia 22/11/11, no caderno de Turismo.